Ceviche a colazione... il mio primo libro!

27 novembre 2007

Chávez e o Império - por Carlos Azevedo

Riporto per intero e in originale l'editoriale di Carlos Azevedo, pubblicato nella rivista brasiliana Caros Amigos del 22 novembre scorso, dedicato all'ormai famoso e intensamente dibattuto ¡¿Por qué no te callas?! rivolto da re Juan Carlos di Spagna al presidente del Venezuela Chávez.
****
O rei de Espanha mandou o presidente da Venezuela calar-se. A euforia tomou conta de todas as direitas, mas também deixou confusa muita gente boa. O que Chávez havia dito durante a Conferência da Comunidade dos Países Íbero-americanos? Que o ex primeiro-ministro espanhol, Aznar, é um fascista. O atual primeiro ministro da Espanha, Zapatero tomou a palavra para dizer que, embora tendo grandes divergências políticas com Aznar, achava que ele devia ser tratado com respeito. Zapatero não podia fazer diferente, tinha que se manifestar, porque sabia que seria cobrado na Espanha se houvesse se mantido em silêncio diante da crítica pública de Chávez. O que fez Chávez enquanto Zapatero falava? Mesmo tendo o som cortado, continuou a falar paralelamente, interrompendo Zapatero, insistindo em seus argumentos contra Aznar, lembrando que este havia apoiado o golpe de Estado que derrubou Chávez do poder por dois dias em 2002 (por ordem de Aznar o embaixador da Espanha foi o primeiro a reconhecer o governo golpista)... Chávez estava cheio de razão, mas, como muitas vezes, foi impulsivo, deselegante, infringindo a etiqueta da diplomacia etc. Nesse momento, impaciente, o rei Juan Carlos exclamou: “por que não se cala?” A imprensa das classes dominantes do Brasil exultou e aproveitou para achincalhar Chávez mais uma vez. Por que tanta animosidade contra Chávez? Vejamos: quando Chávez foi eleito presidente da República pela primeira vez, em 1998, a Venezuela estava em falência política, suas classes dominantes, mergulhadas em profunda corrupção, desmoralizadas, não conseguiam mais governar. A maior riqueza do país, o petróleo, entregue às multinacionais de petróleo americanas, era partilhada por estas com as elites tradicionais e a alta classe média, ambas americanizadas, vivendo mais nos Estados Unidos que em seu país, seus filhos indo em massa estudar na Flórida, falando mais inglês que espanhol, acostumados todos a ver a Venezuela como uma fazenda de onde extraiam sua boa vida. A Venezuela é o terceiro maior produtor de petróleo do mundo e exporta a maior parte da produção para os Estados Unidos. Chávez começou por questionar a dominação americana sobre o petróleo. Procurou fortalecer a capacidade de negociação da PDVSA (a empresa estatal venezuelana) com as multis. Além disso, constatando que as políticas das grandes potências haviam levado à redução brutal do preço internacional do petróleo (chegou a menos de 20 dólares o barril de 60 litros, isto é, petróleo estava mais barato que água mineral), assumiu a presidência da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) e desenvolveu uma política de valorização do preço do óleo. Isso causou ódio e remordimento nos Estados Unidos e nos outros países ricos. Chávez também tratou de retirar das classes dominantes locais parte dos benefícios que recebiam do petróleo para poder investir na melhoria de condição de vida da população trabalhadora, especialmente em educação, saúde, alimentação, habitação. Isso enfureceu os velhos setores dominantes venezuelanos. Também o governo direitista espanhol, então comandado por Aznar, se incomodava. Porque a Espanha, ainda que há muito derrubada de sua condição de potência colonialista na América Latina, mantém grandes investimentos e desenvolve grande influência política por aqui, na condição de país sub-imperialista. Os americanos, auxiliados pelo governo de Aznar, conspiraram com as classes dominantes locais pela derrubada de Chávez em 2002. Deram o golpe, mas não levaram, impedidos por um levante popular associado a uma tomada de posição de parte das forças armadas em favor legalidade. Chávez reassumiu tendo muito mais clareza de quem eram e como atuavam os inimigos do povo venezuelano. Aprofundou sua política de nacionalização do petróleo e de destinar os benefícios dessa riqueza para os mais pobres. Sabendo o tamanho da ameaça, tratou também de fortalecer as forças armadas venezuelanas, comprando armas para melhorar a qualidade da defesa do país, vizinho de uma super-armada e pró-americana Colômbia e de várias bases militares dos Estados Unidos. Como diz o velho ditado, “bobo é quem pensa que o inimigo dorme”. Chávez também mudou as leis do país, promoveu a elaboração de uma nova Constituição, reformou a Justiça e o Parlamento, reforçando a participação popular. Por tudo isso, Chávez é acusado de ditatorial. O interessante é que todas as mudanças promovidas por Chávez foram feitas à partir de eleições, plebiscitos e consultas à população. Desde 1998 realizaram-se dez eleições e plebiscitos no país. Nenhum governo em tempos atuais consultou tão freqüentemente a população como o venezuelano. Eleições cuja lisura não foi contestada por observadores internacionais. Chávez ganhou todas e por larga margem. A oposição golpista, decidida a desmoralizar o regime político do país, esteve ausente de uma eleição. Comandou a abstenção, mas o povo votou em massa em Chávez e em seus candidatos ao Congresso. Resultado, com esse ato estúpido, apolítico, a oposição ficou sem representação nos poderes da República. E depois, saiu acusando Chávez de ditatorial.Certamente Chávez tem lá seus defeitos. Mas para se adotar uma posição madura sobre ele e seu governo, para ver com clareza no meio desse tiroteio é preciso levar em conta o principal. Registro três aspectos:1)Trata-se de um governo antiimperialista, construindo a independência de seu país e, por isso, um poderoso aliado de todos os povos latino-americanos na luta contra as políticas imperiais que nos empobrecem e mantêm dependentes. O Brasil e todos os outros países do continente têm sido beneficiados pelas posições e políticas do governo de Chávez.2) Também é preciso ver que ele vem promovendo políticas de melhoria das condições de vida da população trabalhadora e mais pobre da Venezuela e estimulando seu desenvolvimento econômico.3) Todas as grandes decisões de governo têm sido respaldadas em eleições legítimas. Atualmente, a irritação oligárquica contra Chávez alcança um novo ápice. Isso porque seu governo está propondo uma nova reforma constitucional. Uma das propostas é ampliar a possibilidade de reeleição do presidente da República. O povo venezuelano vai votar livremente e dizer se apóia ou não essa proposta. Se apoiar, Chávez poderá se reelegr outras vezes. E o povo venezuelano irá conferir no futuro se tomou uma decisão acertada ou não. É seu direito, é sua responsabilidade. Isso é democracia, é ou não é? Ou democracia é comprar deputados e fazer passar uma emenda à Constituição no Congresso para permitir a reeleição do presidente, sem consultar a população, como fez FHC mudando a regra do jogo para ganhar um novo mandato em 1998? Isso é democracia ou é golpe? É golpe. Mas para a imprensa oligárquica FHC é o democrata impoluto. E Chávez é que é ditador? Poupem-nos de tanta hipocrisia!

3 commenti:

Roberto ha detto...

Carlos Azevedo, credo, è uno dei pochi che hanno più lucidamente analizzato l'ormai nota vicenda dell'arrogante e stupido ¡¿Por qué no te callas?! di Juan Carlos nei confronti di Hugo Chávez.
In particolare, è acuto allorché nota praticamente come Chávez sia il presidente più democratico dei governanti di tutto il mondo, allorché negli ultimi 9 anni ha chiamato alle urne il popolo venezuelano ben 10 volte, laddove saranno 11 domenica prossima, quando si terrà il referendum con cui Chávez vuole cambiare la costituzione del paese.
Per giunta, tutte queste votazioni il presidente venezuelano le ha vinte, mentre l'opposizione filoamericana le ha anche boicottate o ha tentato l'ormai famoso golpe del 2002, con l'appoggio appunto degli USA e della Spagna di Aznar.
Aggiungo solo che Chávez, evidentemente, ha provocato apposta Juan Carlos, conoscendone l'arroganza, per creare una crisi con le imprese spagnole operanti in Venezuela con troppi privilegi, nonché per mostrare al proprio popolo la sua tanto amata faccia antiimperialista, cioè per ottenere ancora più consenso in vista proprio del referendum di domenica prossima, che, se lo vincerà, lo sancirà praticamente come presidente a vita.
In ogni caso, come ha fatto sempre notare ancora Carlos Azevedo, è decisamente più democratico cambiare la costituzione tramite referendum popolare che non comprando i parlamentari, come fece l'ex presidente brasiliano Fernando Henrique Cardoso per farsi rieleggere.
Il problema è appunto che nei paesi "democratici" danno del dittatore a Chávez, mentre considerano Cardoso un democratico perfetto!!!

Roberto ha detto...

Mi permetto di divulgare l'articolo di Chierici su Latinoamerica:
http://www.giannimina-latinoamerica.it/visualizzaTaccuino.php?idtaccuino=21

CHÁVEZ A DUE FACCE
di Maurizio Chierici
28 novembre 2007)
Maurizio Chierici fotografa la difficile realtà venezuelana a pochi giorni dal referendum costituzionale. (A.R.)

Domenica i venezuelani votano il referendum che cambia la costituzione del paese: Chávez inarrestabile protagonista. Col petrolio a cento dollari si accendono i riflettori di giornali e tv sulla cassaforte del liquido che goccia a goccia fa sospirare le economie assetate.
Le previsioni sul risultato si contraddicono senza sfumature. I numeri del governo confermano un 'approvazione col vantaggio che oscilla tra i 4 e 10 punti. I numeri dell' opposizione assicurano la vittoria del no: Chávez umiliato dodici punti sotto.
Il caos è in agguato quando si conteranno i voti. Provo a indovinare le cronache in preparazione.
Chávez manipola il risultato, Chávez roboante, Chávez liberticida, Chávez che minaccia la proprietà privata, spegne le Tv e schiaccia l' informazione. Chávez populista feroce, bomba ad orologeria, minaccia del continente. Chávez maleducato col re di Spagna, Chávez dittatore per l' eternità. Oppure: paese in rivolta, morti e feriti nelle strade, miseria, violenza. Chi può scappa, chi non può soffre, la Chiesa prega per un miracolo che salvi la democrazia. Può essere vero. La versione opposta farà risplendere Chávez nella luce del libertador, popolo che lo segue, baluardo contro l' impero, socialismo dal volto umano, lievito alla rinascita dell' America saccheggiata.
E non è sbagliato.
La nostalgia per il modello cubano invecchiato assieme agli innamorati (ormai di una certa età) che resistono da questa parte del mare, si è trasferita in Venezuela perdendo nel tempo battaglioni di incensatori: hanno cambiato idea e del cambiamento ne fanno una professione. Anche per loro Chávez resta la minaccia che inquieta la civiltà. E' una piega dell' informazione inaugurata cinque anni fa dal Nuevo Herald di Miami. In quel febbraio 2002 nelle locandine di prima pagina avverte i lettori delle pagine speciali dedicate ogni mattina a Cuba e al Venezuela, paesi canaglia.
Per caso è la vigilia del colpo di stato andato male, con Chávez che torna nella sua poltrona e ricomincia ad imperversare. Senso unico obbligato nella Florida dove si raccolgono i profughi dalle
dittature latine. Profughi somozisti terrorizzati dal comunismo sandinista di Daniel Ortega. Profughi dal Cile tornato alla democrazia dopo Pinochet e profughi un pò speciali: militari salvadoregni inseguiti per aver militato nelle squadre della morte che hanno insanguinato il piccolo paese negli anni dell' assassinio del vescovo Romero. Per non parlare dei cubani che da mezzo secolo aspettano la fine dell' anticristo sognando il ritorno alle loro proprietà provvisoriamente abbandonate in quel dicembre '59.
Adesso anche i profughi venezuelani aspettano la caduta di Chávez nelle seconde case di Miami: da tempo immemorabile godevano le vacanze nel mare brodoso della Florida trascurando i Caraibi. L' imperversare del "marxista-narcisista" (definizione di Andrés Opheneimer, sempre Nuevo Herald) li ha costretti a scegliere la libertà allungando lo svago.
Bisogna tener conto dei sentimenti dei lettori. L' Herald è la versione spagnola del giornale padre regolarmente in inglese. Gli osservatori che scrivono in libertà, ascoltando gli uni e gli altri, ricevono lettere risentite dai colleghi di una parte e dai colleghi opposti: sei caduto nella trappola della propaganda, apri gli occhi, torna fra noi. Noi, piccoli notai di un' Europa preoccupata per la maleducazione del figlio spirituale di Fidel. Noi che difendiamo la rivoluzione umanitaria dell' uomo nuovo che dà speranza agli affamati. Prego il lettore di controllare tv e prime pagine.
Ci risentiamo lunedì. Ogni paese reagisce con la cultura elaborata dalla borghesia che ne determina i destini: dialogante, tollerante, trasparente nel gestire le risorse, rigorosa nel rispettare i contratti di lavoro, aliena alla corruzione, onesta nei versamenti fiscali.
Anche nel vecchio mondo è un profilo fuori dal tempo. Dove la borghesia si è adeguata ai canoni
normali della convivenza democratica, il populismo resta fra le quinte di pochi disperati e l' esempio di lealtà costruisce opposizioni irriducibili ma pacate. Il Cile che respira dopo gli orrori di Pinochet sta dando esempio. Ma il Venezuela che Chávez ha ereditato alla fine del secolo può reclamare la stessa innocenza? I contendenti politici specchiano ovunque virtù e peccati l' uno nell' altro. Per spiegare il Chávez ingombrante sarebbe bene tener conto di quale eleganza sono impastate abitudini e ragioni sociali di chi oggi non lo sopporta.
Per la seconda volta Chávez cambia la costituzione con un referendum. Le novità rovesciano la storia: possibilità di rielezione senza limiti da sottoporre al voto della gente.
La costituzione ereditata nel '98 prevedeva due presidenze. Chávez le ha allungate a tre con un primo referendum popolare. Lo ha seguito e preceduto Alvaro Uribe, presidente della Colombia, ma la decisione non è stata sottoposta a referendum: ha votato solo il congresso dove Uribe domina la maggioranza. Subito d' accordo la corte suprema insediata poco prima dallo stesso presidente.
Il Musharaf del Pakistan non ha inventato niente. Anche Uribe sta per proporre l' elezione indefinita. Doveva essere già approvata ma gli scandali che hanno chiuso in galera venti deputati della sua maggioranza eletti con pressioni violente e narcodollari dei paramilitari vicini al governo, provocano le dimissioni della signora cancelliere ed inquietano il grande protettore di Washington. Meglio far scivolare la rielezione senza tempo in un momento meno agitato. Giornali e tv guardano senza gridare al lupo. Le nuove regole che Chávez propone agli elettori prevedono il controllo politico della Banca nazionale: restringe la libertà dei cambi per evitare fughe di capitali, ma è anche un controllo sulle strategie antinflazione, quindi libertà di distribuire interventi assistenziali e sussidi senza gli intralci tecnici dei tecnici della finanza. L' opposizione sostiene che è un modo per comprare voti, ma se i voti non sanno cosa mangiare, cosa fare? Dubbio di tante americhe latine: 220 milioni di senza niente. L' allarme inquieta le grandi banche dell' altra America cliente privilegiato del Venezuela nell' acquisto di petrolio ed esportatore principe che invade vetrine e negozi di Caracas.
Le riforme da approvare promuovono la revisione dei documenti catastali. I latifondisti dovranno esibire attestati di proprietà: il disinteresse dei governi del secolo passato hanno permesso l' allargarsi di latifondi che hanno inglobato senza freni terreni demaniali, quindi dello stato.
La nuova costituzione vorrebbe distribuire le distese recuperate a contadini senza terra e a cooperative che il governo si impegna a sostenere finanziariamente. Poi controllo dei prezzi per evitare speculazioni, orario di lavoro ridotto a sei ore con stipendi minimi garantiti e la possibilità di monitorare i movimenti dei conti bancari per accertare la lealtà fiscale. Chi si batte per il no sostiene che le sei ore di lavoro favoriscono solo chi ha un lavoro stabile mentre il 53 per cento della gente ancora si arrangia. Era il 71 per cento nel 2001.
La svolta cambierebbe le abitudini economiche della popolazione benestante instaurando "le pratiche del socialismo marxista importato da Cuba". Rivoluzione che preoccupa non solo per la lealtà che impone tra cittadini e stato, ma per la possibilità che Chávez resti al potere fino al 2021 incubo che la disinvolta imprenditorialità venezuelana non sopporta.
Dopo il benvenuto entusiasta dei primi mesi di governo ("finalmente un uomo nuovo che spazzerà via la corruzione"), Confindustria e notabili gli hanno voltato le spalle.
I mentori socialisti dell' Apra che avevano convinto l'ex colonnello dei parà a candidarsi alla presidenza, se ne sono andati appena resi conto dell' impossibilità di piegare "l' uomo nuovo" alla routine politica del vecchio Venezuela. La sovrabbondanza dialettica di Chávez ha precipitato la situazione dopo il colpo di stato 2002 e lo sciopero ad oltranza che ha inginocchiato le esportazioni petrolifere, vitello d' oro del paese. Su questo disamore ormai violento, si è inserito il gioco delle multinazionali: continuano a comprare il greggio anche se prezzi e incidenza fiscale sono cambiati. Fino a qualche anno fa le royalties regalavano pochi centesimi di dollaro ogni barile e l' imposizione fiscale restava una formalità. Oggi dividono col Venezuela più o meno il 50 per cento del prezzo di mercato. Sono poi finite le esportazioni parallele che non passavano dogana. Per quasi 30 anni il 23 per cento della produzione nazionale usciva clandestinamente e non esistono tracce su chi comprava e chi intascava. I sindacati ne erano coinvolti. Ortega, loro leader, ha partecipato al golpe per poi scappare in Costarica e poi tornare nei giorni della crisi petrolifera. Arrestato, è misteriosamente evaso.
Se la Chiesa dei vescovi non ama Chávez, la Chiesa di base è dalla sua parte. Religiose, parroci e missionari mescolati alla gente non sono d' accordo sull' anatema della conferenza episcopale.
E nelle prediche della domenica invitano ad approvare il referendum tanto che a Maracaibo, l' arcivescovo Ubaldi Santana, ha censurato l' omelia domenicale di padre Vidal Atencio rimproverandogli di mettere confusione nelle idee dei fedeli. Grandi università private (e a pagamento) protestano con i loro studenti; le prime università statali (gratuite) scendono in piazza per appoggiare il referendum. Panorama non sereno anche perché Chávez e i suoi discorsi infiniti non danno tregua. Se nelle elezioni del dicembre 2006 aveva raccolto il 62 per cento dei consensi, gli analisti del voto prevedono un calo consistente di si al referendum di domenica.
Tra il 52 e il 54 per cento in favore, come nel 2001. Perché quando la presenza di Chávez al governo non è al centro della decisione, i popoli delle baracche e le braccia delle campagne sono meno invogliate a votare. Dietro lo show del braccio di ferro con re Juan Carlos, quindici giorni fa alla riunione di Santiago del Cile, una parte degli osservatori vede la furbizia del voler incarnare lo sdegno dell' ex colonia verso il sovrano, lasciando da parte Zapatero per riaccendere l' entusiasmo dei supporter dalle scarse conoscenze politiche ma interessati a sbarcare il lunario con aiuti che piovono dal governo.
Difendendo dignità ed indipendenza, il presidente bolivariano riapre le ferite di sempre animando l' orgoglio nazionalista nascosto nei cuori dei senza niente. "Per tirar su voti", si arrabbia chi non lo ama. E può essere vero. Ecco, il Venezuela. Chávez ha il dono dell' inopportunità che risveglia le masse ma imbarazza gli amici. Complica con discorsi mai sfumati le amicizie di Lula e dei coniugi Kirchner, a loro volta impegnati nella presidenza eterna con staffette familiari: quattro anni al marito, quattro alla moglie, avanti così. Il Venezuela tira diritto nel disegnare un continente nel nome del petrolio. Lo sta facendo anche Lula con l' aplomb di un sindacalista che misura le parole. Alle volte se le rimangia: in questi giorni ha scoperto un immenso giacimento di greggio nel mare di Santos e sta cambiando idea sulla rete di gasdotti e oleodotti proposta da Chávez all' intera America Latina. Non gli servono più. L' adolescenza delle democrazie attraversa queste turbolenze che lo specchio di giornali e tv esaspera nel tam tam di vecchie e nuove egemonie. L' internazionale degli editori latini, legati da satelliti e partecipazioni incrociate, spinge ai rimproveri la federazione della stampa dei due continenti. Chávez che imbavaglia l' informazione. Forse è il sogno segreto ma per il momento lontano dalla realtà. I grandi giornali di Caracas sparano su Chávez con la bonomia prediletta dal Libero italiano quando parla di Prodi: El Nacional, El Universal, El 2001, El Mundo, Nuevo Pais, Tal Cual di Petkoff.
Negli alberghi per stranieri sono i soli fogli in vendita. Neutrali, Ultimas Noticias e Panorama. Lo difende senza riserve Diario Vea, appendice dell' ufficialità. I giganti tv restano all' attacco senza complimenti: TeleVenezuela, Venevision, la RcTv, compianta per aver perso la frequenza alla scadenza della concessione statale, è presente più che mai, cavo e satelliti illuminano ogni angolo del paese. Globovision ne è l' ammiraglia. Tre piccole tv statali provano a far concorrenza ma sono
noiose come le tv cubane, con l' eccezione di Telesur la cui ambizione sarebbe sistemarsi al fianco della Cnn nella regione America del Sud: strada ancora lunga. Insomma, lunedì sapremo: imbrogli o volontà del popolo. Ma non è l' ultimo capitolo di una storia infinita che resta avvelenata se il petrolio continua a far tremare le economie del nostro mondo.
mchierci2@libero.it
Cortesia de l' Unità www.unita.it

Roberto ha detto...

Vengo a sapere che Chávez stavolta ha perso, di poco, ma ha perso.
Il suo primo discorso è stato improntato ad "aceptar el resultado electoral como un triunfo democrático".
Gli avvoltoi ipocriti vari che gli sono contro, trionfano, laddove non spendono una parola sulle concomitanti elezioni in Russia, dove gli stessi osservatori europei hanno rilevato scorrettezze varie, le stesse denunciate da Kasparov.
Ma Putin, per carità, non è, per ora, nemico degli USA, quindi non è dittatore, è solo un po' esuberante!!!!